
O Carimbó era e é tocado até hoje com o tambor deitado no chão e o músico sentado em cima para batucar com as mãos. Em 1767, o jesuíta Frei João Daniel escreveu sobre o ritmo cantado e dançado pelos índios Tupinambás, a partir de um tambor feito de madeira oca recoberto com pele de animal: o curimbó, que deu origem ao nome atual da música e dança.
Além do registro, características demonstram sua originalidade indígena, como uso de maracás e flauta no acompanhamento da música, e na dança o pé arrastado e a postura arqueada. Porém, a semelhança com o batuque africano e o rebolado na dança, juntamente com as histórias transmitidas por comunidades do interior do Pará, remontam a origem do Carimbó para as comunidades de negros vindos do Maranhão ou fugitivos de fazendas da região.
Identidade
Ao levar em consideração as diversas culturas que contribuíram para o surgimento do Carimbó, o ritmo se apresenta como importante elemento no processo de formação da identidade cultural brasileira, com as particularidades da Amazônia.
A sua forma de dançar, os instrumentos que acompanham os curimbós e a vestimenta dos grupos e dos que dançam carimbó são elementos que podem variar de acordo com a região do Pará em que o ritmo está presente. Mas suas letras são sempre compostas por versos curtos, que falam do dia-a-dia do pescador e do lavrador, dos seus trabalhos, dos seus amores, da sua preocupação com o meio ambiente.
Os mestres
A transmissão
Um dos mestres mais conhecidos no Pará foi Lucindo Rebelo da Costa, ou Mestre Lucindo, do município de Marapanim, no litoral paraense. Natureza e romantismo eram duas constantes na obra do pescador e mestre de Carimbó, que em 2008 completaria seu centenário.
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